Aqui se encerra uma experiência inovadora na imprensa e na vida dos homossexuais brasileiros. A Coluna GLS foi a primeira que mostrou que existia diferenças – saudáveis – entre lésbicas e bees e que cada um deveria ter seu ponto de vista. Foi aqui, que diferente de outras mídias – como a TV Globo onde o beijo gay é vetado -, que os homossexuais puderam abraçar suas causas. Pudemos aqui esboçar uma espécie de crítica à homofobia e uma auto-crítica a certos comportamentos viciados dos gays que só reforçam ainda mais o preconceito contra os homossexuais. Refletimos que é necessário romper barreiras, a feminilidade de um homem nem sempre corresponde à sua orientação sexual, como os chamados crossdressers (vestir-se do sexo oposto) que, em sua maioria, sentem desejo sexual por mulheres. A sexualidade humana é muito mais vasta do que a rotulamos.
Mas o mais notável – pelo fato da coluna estar inserida em um grande jornal – foi finalmente estarmos fora do gueto. Não escrever somente para gays, mas abrir o diálogo com os héteros foi a grande pulo do gato dessa coluna. Sem o apoio dos chamados “simpatizantes”, não conseguiremos avançar.
Depois de todos esses paetês (purpurina é coisa de desavisada!), não podemos nos esquecer que ainda somos sub-cidadãos, sem direitos civis. Por isso, queridinha, pegue seu sapatinho de rubi, porque ainda vamos caminhar muito pra chegar além do arco-íris. Mas chegaremos!