Arquivo do mês: abril 2008

PENSAMENTO FRACO DE DOMINGO

“Nardoni brigou com Jatobá

Na sacada do 6º andar

Jatobá saiu ilesa

E Isabelle despedaçada”

 

depois:

 

“Atirei um pau nos culpados…”

 

e por fim:

 

“e foram felizes para sempre… a sete palmos”

 

 

PS:

 

“Cai cai balão

 Cai cai balão

Tem padre no balão.

Não cai não

Não cai não

Vai pros bombeiros dar um trabalhão”

SOBRE O CASO I’M

Ou I WAS. Um leitor desse blog, o Danilo, me escreveu pedindo para eu comentar o casa I’M. Acho que o texto de Camila Yahn sobre o ocorrido, mostra como nós, que estávamos de fora do processo, nos sentimos com toda essa patacoada.
Acho que um texto com tanta integridade como o de Cami resume tudo o que sinto sobre o ocorrido com a I’M.
Só completaria que parece histórias que a palavra testa de ferro parece ser pronunciado em sussuro em algum momento.

AS EDITORAS E JORNALISTAS DE MODA

 

A Oficina de Estilo fez na semana passada um texto convidando eu, Oliveros, Maria Prata, Luigi e Sylvain para explicarmos qual a importância de ler as editoras  e as jornalistas de moda.

O texto super bem editado falou dessas personalidades que tanto fascinam o mundo da moda lá e aqui na terrinha.

Só o que escrevi daria um post “em si”, por isso abaixo tem tudo o que escrevi sobre elas, as amadas diabas:

 

 

BRASIL

 

O pensamento crítico de moda no Brasil é muito recente. Pensar que deve ter menos de 40 anos que começou a se pensar moda no país e nem era de forma sistemática podemos então visualizar todo um terreno a ser explorado.

A formação de uma corrente crítica de moda passa por diversos problemas: o papel de periferia de idéias que o país ainda se reconhece, o colonialismo cultural, a produção muito recente de semanas de moda etc etc.

Mesmo assim temos desbravadores:

 

Regina Guerreiro – Atualmente escrevendo na Caras Moda, seu destaque é óbvio pois desperta o interesse de em um mundo cheio de festas de medalhas como o da moda brasileira, ela põe o dedo na ferida e fala que não ta nada bom. Apesar de todos saberem, ela é quase única nesse papel de desafiar o coro dos contentes publicamente. Sem medo dos bafos e com muita coragem, já que no mundo fashion os trabalhos são sempre embrenhados com as marcas, ela se livra de certa maneira dessa promiscuidade com um alto teor de humor, não é não, queridinha?

 

Costanza Pascolato – Eu ainda não entendi como não teve nenhum editor ou editora de livros que não pegou os textos únicos que ela escreve na Vogue Brasil e os copilou para um livro de moda. Ali tem muito pensamento de moda e como já escrevi sobre a importância de ler Costanza acredito que “sempre as entrelinhas de seus textos são espaços imensos de reflexão”. 

 

Fernando de Barros – ele não escreve mais na Playboy pois já faleceu, mas desde que abandonou o cinema e invadiu a moda, não deixou de investigar e educar sobre a moda masculina. Então vale pesquisa de seus textos em revistas antigas. Outro que deveria ter seus textos copilados em livro.

 

Com a semana de moda em são Paulo e depois no Rio a crítica começou a crescer.

 

Lílian Pacce – Como já falei em entrevista para o Fora de Moda, ela é minha mestra, então acompanho o trabalho dela bem de perto. Já colaborei em seus cadernos especiais para O Estado. Tem um texto impagável sobre a roupa que Lula e que FHC usaram na visita a Rainha da Inglaterra.mas foi com “Pelo Mundo da Moda – Criadores, Grifes e Modelos” que existe ali uma primeira sistematização de uma editora de moda perceber seu pensamento.

 

Alcino Leite – Intelectual, culto, bem humorado, zeloso e respeitoso em relação ao passado de moda do país, Alcino é sem dúvida leitura obrigatória todas as sextas na Ilustrada, caderno da Folha de São Paulo. Seu último editorial na Revista de Moda do jornal dizia: “Abaixem os preços, democratizem a cultura de moda e parem, então, de reclamar que os brasileiros se vestem tão mal!”, Com certeza, um manifesto da maior importância hoje, sem falar de um que ele defendia as modelos as chamando de operárias do mundo da moda e terminava assim, bem marxista: “Modelos de todo o mundo, uni-vos”. Genial!

Carol Vasone – Um texto independente, explicativo, cheio de idéias, adoro acompanhar o que escreve durante a temporada internacional no site da Uol. Sua rapidez e concisão faz dela uma das principais jornalistas online do país.

 

Alexandra Farah – Outra da internet, tgexto delícia, diversão garantida e informação de moda.

 

Lula Rodrigues – Moda masculina é com ele e o Sylvain, é claro.

 

Apesar de ser no Rio e não ter pouco acesso aos textos,  respeito muito a escrita de Iesa Rodrigues e de Gilda Chatagnier.

 

 

INTERNACIONAL

 

Amo muito Suzy Menkes, principalmente pelo acesso à informação privilegiada e como ela abre o leque com essas informações em seus textos sempre tão bem escritos (fora o topete e o fato de ser obesa, quase um crime no mundo da moda).

 

Ultimamente a jornalista que tenho considerado mais interessante é sem dúvida Cathy Horyn do New York Times, onde exerce aquilo que considero crítica de moda desde 1998. É ainda mais interessante o seu blog, o On the Runway. Numa mesa de fashionistas bacanas, quase boteckers, o fotógrafo Marcelo Gomes levantou a qualidade dela de surpreender e sair do óbvio e da reverência sem criticismo do mundo da moda, como por exemplo: ela teve a coragem de perguntar qual a relevância de Rei Kawakubo hoje, quase uma ofensa aos adeptos do japonismo. Essa liberdade faz com que pague um preço, como ser banida de alguns desfiles como o de Giorgio Armani, mas ao mesmo tempo a faz conseguir cada dia mais leitores, pois sabemos que ali tem um pensamento crítico e sólido. E o mais bacana, sem medo de ficar no lugar comum.

 

 

 

 

MINHA MOCHILA

Tem gente que abre a casa para a Caras, eu abri minha mochila pro The Satis/fashion.

Vai lá conferir o que levo comigo no meu peito!

FASHION RIO ATRAPALHA PLANOS DE CASA DOS CRIADORES

Como bem me avisou Mercedes da NaMídia, que faz assessoria para Casa de Criadores: “Você viu que o Fashion Rio mudou a data – batendo com a Casa? Pois é…Depois disso teremos mudanças por aqui também!”

Com isso, acredito que a data deve ser antes do Fashion Rio que acontece de vai ser de 7 a 13 de junho,

BLOGVIEW REVISITED: DA ESPIRITUALIDADE DAS ROUPAS

De alguma maneira esse texto tem alguma relação com a resenha que fiz do último desfile de Ronaldo Fraga, por isso resolvi revisitá-lo nesse momento que os olhos estão voltados para os negócios desfeitos na moda. É sempre bom também olhar para o espírito das roupas que com certeza nos dão mais alento nesse momento decepcionante da moda brasileiro com o caso I’M.

As roupas têm alma. Elas carregam em suas tramas as memórias, os sentimentos e as idéias de quem as vestem. Em seus fios estão registrados afetividades, vontades e desejos.Mesmo em total época consumista e que o descartável é tido como valor positivo, sempre tem aquela peça que na hora da chamada “reciclagem do armário”, você não consegue se desfazer. Em geral, porque nela estão contidas memórias e desejos em toda a sua estrutura.Olhando para as fotos de August Sanders, não posso deixar de notar as roupas dos trabalhadores alemães que ele tanto fotografou no começo do século 20, em uma época de grandes dificuldades econômicas para o país.
Mas apesar de retratar a matéria (ou a necessidade dela), as fotos de Sanders focam roupas cheias de espiritualidade. São as dobras destas roupas que conviviam 24 horas com seus donos que trazem todo o sentimento de quem a veste. Elas se moldam ao corpo, fazendo parte da vida do retratado. Em cada dobra está seu esforço, sua luta, seu trabalho. Em cada nesga está a sua dignidade. Isso é com certeza o que mais gosto nas fotos dele.
Penso nos brechós como depositórios dessas histórias, uma biblioteca espiritual. Conheço pessoas que não compram roupas em brechós, pois os enxergam como cemitérios. Como acredito na espiritualidade das roupas, acho que não são nos brechós que elas devem acabar e sim é lá o local onde elas devem transcender.
Elas evidenciam que as roupas carregam as nossas histórias. Ao nos desfazermos de uma peça do vestuário não estamos nos desfazendo de nossa história, mas transferindo para outro, deixando um certo legado nosso nas manchas que caíram no tecido, no rasgo cerzido e principalmente das dobras de tecido que se amoldaram ao nosso corpo. È uma espécie de legado como os filhos, os livros, as fotos, os amigos.
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foto: August Sanders

CASA DE CRIADORES ACERTA NAS DATAS

 

O que era mais difícil na Casa dos Criadores estava em seu calendário, sempre confuso e muitas vezes, nos últimos anos, muito atrasado. Os estilistas já estavam preparando as coleções de outra temporada e na Casa ainda vivíamos o fim da temporada anterior. Ruim para os criadores conseguirem um tempo ágil na confecção de produtos

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Agora o verão 2009 acontece nos dias 11, 12 e 13 de junho no Shopping Frei Caneca, em São Paulo, entre o Fashion Rio e o SPFW. André Hidalgo foi muito feliz na data, pois pega a imprensa de moda ainda embalada durante a maratona de desfiles. Acredito que vai ser bom para todos.

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PENSAMENTO FRACO DE DOMINGO

Eu não advocate em causa própria, mas a júnior tem o dom de ser out!

POR UMA ÉTICA PARA TODOS, INCLUSIVE AOS GAYS

Com toda essa história da Júnior e o fato de me convidarem para escrever como colunista fixo de todas as revistas e me desconvidarem sem eu saber, tenho pensado muito na questão ética, mas percebi que era algo que já me perseguia, pois antes do bafo com essa gente eu já tinha escrito algo sobre na Revista da Folha.
O título infelizmente a editora Eliane Trindade que conhece pouco o mundo gay, mas é uma excelente editora se equivocou ao colocar opção sexual, já que a homossexualidade não é vista como opção faz tempo, mas o jogo de idéias até que salva o título que ficou assim:

PAREDÃO SEM OPÇÃO SEXUAL

”Um dia desses duas amigas que são casadas (essas amigas são minhas queridas Liana e Camila) faz tempo me perguntaram se era errado elas não gostarem do Marcelo do “Big Brother Brasil 8” mesmo ele sendo gay. “A gente não é obrigada a torcer por ele, né?” O psiquiatra Marcelo entrou médico e saiu monstro da casa mais vigiada e também mais chata do Brasil. Não porque sente desejo, segundo ele, por Gyselle, nem porque a sua declaração de ser gay não teve o mesmo efeito dramático (e drama é com os homossexuais, viu…) que obteve a saída de armário de Jean Willys em uma das edições anteriores. Nem pelo fato de ter afirmado que na realidade “gosta de pessoas”, mas, sim, porque não conseguimos reconhecer traços de sinceridade em suas declarações. As contradições fazem parte da essência humana. No caso de Marcelo, elas esbarraram em algum ponto da ética e na pressão de tentar impedir que votassem nele, apesar da regra do jogo. Marcelo construiu um jogo paranóico onde ele era sempre o perseguido. No fim, era ele quem perseguia seu próprio desejo sem saber onde se encontrava. Pior: nunca teve coragem de confessar isso.
Mas, voltando à pergunta das minhas amigas, não acredito que as minorias devam agir como um clube fechado, uma máfia, como em geral se comportam muitos negros, judeus e, claro, homossexuais. O ser humano é muito mais plural do que podemos imaginar. Não é porque fazemos parte de uma certa minoria que ganhamos imunidade contra atos antiéticos, por exemplo. As qualidades e defeitos das pessoas passam muito longe de suas preferências sexuais, sua religião ou sua raça. Os que pensam o contrário é que vivem pondo os outros sempre no paredão!”

preciso eu de ética? ser gay já não basta?

CAMISETAMANIA: BAZAR TRAZ PEÇAS VINTAGES

Com exceção das bichas, adoro quando alguém fora do meio promove um evento, sempre tem um frescor, uma novidade que acho interessante.

Essa eu recebi do Dennison Ramalho, que conheci em algum festival de cinema pelo Brasil. Ele tinha feito um filme de terror incrível de vampiros, acho que se chamava Nosferatu alguma coisa… Olha a velhice… Depois dirigiu mais alguns e é o assistente de direção do novo filme do Zé do Caixão. Enfim, uma pessoa terrific!

Ela avisa que sua mulher Maitê Chasseraux e Cláudio Mattos fazem um bazar, esse final de semana, dias 12 e 13 de abril, com camisetas vintages com estampas exclusivas. Chama-se “Bazar de Vintage Clothing Regentag”.

Rua Rosa e Silva, 242 ap.91 – Higienópolis – São Paulo