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A MODA E AS RELAÇÕES AMOROSAS

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Marco Sabino ao refletir sobre as trocas de estilistas ou a dança das cadeiras que tem acontecido com muita frequência nos últimos tempos, acabou por fazer uma relfexão sobre as relações amorosas.
Ele diz sobre a saída dos estilistas:
“A coleção lançada para a estação não vingou?
– Rua!
Os executivos das empresas têm expectativas, números a seguir e gráficos de crescimento a apontar. Nada de compreensão ou paciência”.

E compara:
“Mas, pense também nos relacionamentos, namoros e casamentos atuais. Quanto tempo duram? E a paixão declarada pelas celebridades nos sites e revistas? No século XXI, ninguém mais tem tolerância com ninguém e pequenas crises, que antes eram resolvidas com algum tempo, não o são mais. Melhor mudar tudo!”
Enfim, a rapidez e a expectativa dos resultados (seja na moda seja no amor) leva a uma certa intolerância, exatamente a mesma intolerância que o século 21 diz querer aplacar com direitos para mulheres, gays, negros, etc ou mesmo em outra via, com politicamente correto (que pra mim é a forma mais intolerante de todas).
Cada vez fica pra mim mais claro que acho nonsense o entusiasmo de boa parte das pessoas da moda quando um nome importante é substituído por outro. Como escrevi anteriormente pode ser uma posição conservadora minha, mas talvez seja romântica também.
Apesar de saber e ver [e aceitar como regra do jogo] a individualidade ser massacrada em nome do resultado mais rápido, do lucro e da comodidade, não posso dizer que concordo com isso. É sim, sinal do nosso tempo, não temos paciência com o outro, não investimos no outro, não toleramos a diferença de pensamento, não respeitamos o tempo e tornamos o tempo em que vivemos um pouco mais triste!

POSSIBILIDADES DE ENXERGAR UM DESFILE

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O desfile hoje é o ponto central da crítica de moda ou pelo menos aquilo que lhe dá mais Ibope. Sempre penso qual a melhor maneira de focá-lo? Existem mil direções, mas essa que Marco Sabino vislumbrou em seu blog é a pra mim a que mais funciona:

“Quando eu vejo uma coleção pela primeira vez, eu não me preocupo em ver os detalhes, reparar quantos bolsos a roupa tem, se vai ser usável ou não, nada disso. Aliás, eu não olho uma coleção e penso como uma mulher que terá a possibilidade de decidir se vestirá ou não aquilo ou algo do tipo que venha a aparecer mais no comércio.
Eu gosto mesmo é de sentir o IMPACTO visual da coleção que abrange as formas, a cartela de cores, enfim ter idéia geral do que desfilou. Após esta primeira impressão, investigo com cuidado, comparo e analiso. Escrevo o que penso. Depois até consulto outros editores de moda internacionais para ver qual a opinião que eles tiveram que, aliás, quase nunca é unânime.”

E o que vocês tentam enxergar primeiro em um desfile?