SEMANA LULA RODRIGUES: MODA MASCULINA, O STREETWEAR E A ALFAIATARIA


Particularmente acredito que o avanço da moda masculina está no streetwear, mas não gosto de vê-lo subjugado à alfaiataria. Por exemplo, tanto o Marcelo Sommer como o Alexandre Herchcovitch só começaram a ser valorizados quando começaram a aplicar uma alfaiataria mais elaborada ao seu streetwear. Penso que o streetwear deve ter seu valor em si e não acoplado à alfaiataria. Sim, a alfaiataria é um dos valores máximos da roupa ocidental e ocidentalizada para os homens, mas tenho a leve intuição que ela se esgotou, seu modelo cartesiano está com os dias contados. Mas é só uma intuição…

As marcas de streetwear só recebem aval da moda quando dominam a alfaiataria. Realmente ela é tão importante assim ou a alfaiataria é uma adequação do streetwear às normas do “bem vestir” tirando o seu espírito mais libertário?

As marcas de streetwear têm seus próprios códigos e seu próprio público, no espaço que um dia foi gueto. Não precisam ter aval da moda mainstream.
Por que o Monsiuer Bernalt Arnault da LVMH levou o Marc Jacobs e esse levou para o templo Vuitton o Pharrell Williams? A Chanel tem o olhar do kaiser generoso para a moda das ruas, o que faz com que ele esteja na direção da maison há 25 anos. Por uma simples questão: vendas … vendas … vendas.

pharrell + jacobs
Vivemos uma era de mudanças dos jogos do poder. P. Diddy senta no front row da Dior Couture, ao lado da Anna Wintour, para prestigiar as criações de Galliano, que nunca escondeu seus fundamentos street culture (isso está no documentário “Mulheres no Poder”, exibido pelo GNT, que deu muita pista para o filme o Diabo …).

Sean “P. Diddy” Combs
A adequação da moda de ruas aos cânones da alfaiataria é conseqüência de seu crescimento. O jovem saiu do gueto e precisa trabalhar nos universos corporativos, tendo já passado pela universidade. Por que não lhe dar opções formais dentro do seu universo de consumo?
O tema já foi capa da revista DNR, mostrando o que é o streetwear contemporâneo. É preciso, no entanto, que entendamos esse movimento não como caretice ou adequação aos modelos dos brancos, e sim como um crescimento, maturação. O branco mainstream bebe continuamente na fonte da cultura das ruas, que se espalhou por todo o planeta. E, como diria a fake Miranda/Wintour, do filme _ não gosto_ Diabo veste Prada: “that´s all”.

13 Respostas para “SEMANA LULA RODRIGUES: MODA MASCULINA, O STREETWEAR E A ALFAIATARIA

  1. Poxa, muito bacana esse post. Verdadeiramente uma aula. PArabéns. Não entendo profundamente de moda, mas gosto de aprender um pouco mais a cada dia. Principalmente, sobre o universo masculino. Muuuito legal.

  2. Imagino que vc esteja encontrando coisas imcríveis mesmo.
    Eu adoraria poder sair por aí fotografando umas pessoas que eu vejo.

    Coloca no blog depois?

    Beijos

  3. É na rua que a gente vê, o que relamente é moda, ou o que realmente está sendo usado! e talvez seja por isso que blogs e sites de streetwear fazem tanto sucesso.
    Agora, sobre a alfaiataria, concordo com você, cada vez mais, marcas e estilistas misturam referências do estilo das ruas, em suas peças!

    Essa foi uma semana ótima, sobre Lula Rodrigues, tenho certeza que muita gente, aprendeu mais um pouco sobre moda masculina…eu pelo menos anotei um monte de coisas!

    Bjs

  4. Que bacana este post…uma verdadeira aula sem aquele tom professoral que detestamos!

  5. Muito boa a semana Lula Rodrigues. Só tenho que agradecer, foi uma definitivamente uma aula de moda e bom senso.

  6. resumidamente alfaitaria é todo produto que obrigatóriamente recebe modelagam e entretelamento… Sim, todo estlista que se preze tem que saber modelar e entretelar, mas se ele vai usar isso não sei (stretwear), mas é uma forma de mostrar que sabe fazer. Bj

  7. Essa moda masculina de super luxo quer, no âmago do seu cofre, ser mainstream. (além de vender para quem tira fortunas do público que ama mainstream, como p. diddy e pharreall). pra ganhar valor não tem aifaiataria certa, tem que ganhar as páginas da caras e da holla e da interview e da… e sabe que o povo da música eletrônica não aparece muito ao lado dos lagerfelds da vida. até tem uns… tem um dj que é modelo (argy), tem holf e viktor que se jogam nas picapes… mas tem a ellen allien que (diz a lenda) desenha roupas para sua própria grife. e eu acho que o richie rawtin e a magda compram suas pecinhas na h&m no shopping atrás da estação alexanderplatz… viu os modelitos viagem ao espaço que os dois tão usando agora com esse projeto multimedia novo do hawtin “contact events and the cube”. 2001 uma odisséia no (cyber) espaço
    DJISUS!!!

  8. bem interessante mesmo
    a alfaiataria tem cansado mesmo, vc descreveu bem, com o modelo cartesiano, mas será possivel revoluciona-la? haveria mercado?

  9. Momentinho Lula lá no MEGA! hehe
    Olha meus leitores comentando aki que bunitinho… 🙂 🙂 🙂 🙂 🙂 🙂 🙂 🙂 🙂

  10. Aodor este patch do Ivan…aliás…ele foi o primeiro a colocar nas passarelas esta tendência, não foi???

  11. noooossa….errei o blog…

  12. Interessantíssima esta matéria, de facto.

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