Luis 14 e seu irmão Philippe d’Orléans
Alcino Leite em seu blog Útima Moda escreveu um post interessantíssimo no dia 29/08 chamado “O Abade Travesti” sobre o nobre francês François-Timoléon de Choisy (1644-1724). Ele foi criado como uma menina assim como seu conterrâneo o princípe Philippe d’Orléans, irmão mais novo do rei Luis 14. O futuro abade seria uma companhia ao jovem sucessor nesse jogo político armado por sua mãe, a rainha Ana da Áustria, e o cardeal Mazarin que pretendiam através da idéia feminilidade tirar qualquer traço de agressividade e luta pelo poder atribuída aos homens e impedir o filho caçula de lutar pelo trono do França. E deu certo!
Apesar dessa manobra que muita gente hoje enxerga como uma certa visão misógina por parte da própria rainha, temos que entender a época em que tudo isso ocorre, muitos séculos antes do feminismo queimar esteriótipos em praça pública.
Mas o mais curioso é que mesmo educados dentro das regras femininas de bom comportamento da época e com luxuosos vestidos, maquiagens e jóias, cada um dos jovens nobres seguiu sua orientação sexual.
Philippe d’Orléans quando mais adulto se rebelou à essa educação, tornou-se militar, venceu batalhas, mas era conhecido na corte por manter relações com outros homens e apenas vestia-se de mulher nos círculos mais íntimos.
Já o abade de Choisy declarou seu amor pelas roupas femininas durante toda a sua vida e também pelas mulheres: muitas viraram suas amantes. Está tudo no “Memórias do Abade de Choisy Vestido de Mulher” de sua autoria.
Enfim, um nobre exemplo pra quem ainda acredita em estereótipos como “homem que é homem não chora”, o Abade de Choisy chorava sempre que via um belo vestido rendado e com brocados.